MARIA JOSÉ QUINTELA
13 de Junho de 2019
Maria José Quintela Claro da Fonseca nasceu em Vila Real, em 6 de Agosto de 1955 e reside em Lamego.
Formação Profissional
1979 – Enfermagem - Escola Superior de Enfermagem de S. João, Porto
1987 – Especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica - Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, Coimbra
1995 – Administração de Serviços de Enfermagem - Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, Coimbra
Livros de poesia:
Vozes e Ecos (2000); Um Olhar não Basta (2006); O mundo é irreal, mas não me importa (2007); Pertence à água a escolha dos náufragos (2014); Ofício de transparências (2015); Corpo contínuo (2016); Longas são as noites (2018); Legendas para um corpo (2019 - Menção Honrosa, no Prémio de Poesia Glória de Sant’Anna 2020); Para não dizer que não falei dos equinócios (2020 - Menção Honrosa, no Prémio de Poesia Glória de Sant’Anna 2021); Homeostasia (2021); Breviário de sombras (2022); Morrer e depois (2023)
Antologias:
Vozes do douro (2003); Entre o sono e o sonho (2013); Entre o sono e o sonho (2014); Clepsydra – Antologia Poética (2014); Antologia de Poesia Cintilações da sombra III (2015); Por longos dias, longos anos, fui silêncio - Uma breve Antologia de Autoras transmontanas (2015); Antologia de autores transmontanos, Durienses e da Beira transmontana (2018); No dentro e fora das palavras - uma antologia poética - de Fernando Pessoa a Filipa Leal (2019); A norte do futuro - homenagem poética a Paul Celan no centenário do seu nascimento - Organização de Maria Teresa Dias Furtado (2020); No cerco da Pandemia, Antologia de Poesia, coordenada por António Lourenço Marques, Leocádia Regalo, Pedro Salvado (2021); Madeiro (2022); Poiesis en Helmántica, Antologia en homenage a Ana María Rodas, Rosa Alice Branco y Daisy Zamora (2022)
Publicações periódicas:
Eito Fora - Jornal de Vilarelho (Fev. 2001); Revista Inútil (Out. 2009); Revista Literária AQUILINO (2010); Revista de Poesia e Ensaio CINTILAÇÕES, nº 1, Setembro, 2016, Lisboa; Revista de Poesia e Ensaio CINTILAÇÕES, nº 2, Fevereiro, 2017/2018, Lisboa; CINTILAÇÕES, Revista de Poesia, Ensaio e Crítica nº 3, Junho de 2019, Revista Oresteia nº 3, Lisboa (Março 2021)
P: Como surge a vontade de escrever e publicar na tua vida?
R: Tive a sorte de crescer numa casa onde havia uma biblioteca, no seio de uma família que lia e incentivava a ler.
Desde cedo a leitura se revelou fundamental para desenvolver a minha imaginação, construir o meu pensamento crítico e influenciar a minha visão do mundo e do ser humano.
Comecei por escrever um diário na adolescência e esta experiência fez-me perceber que a escrita me dava prazer e uma estranha liberdade.
Interrompi este diário quando casei e tive o meu filho, retomando-o bastante mais tarde com uma vertente mais poética.
Um dia criei um blogue - do lugar de mim - onde publicava o que escrevia e a certa altura tive vontade de editar em papel, incentivada pela minha mãe e pelas pessoas que me liam.
O meu primeiro livro reflecte a tentativa de ensaiar uma forma e uma voz próprias, prenunciando já um foco no mistério da existência humana, temática que se viria a tornar exaustiva nos livros posteriores.
P: O que faz com que um poema seja bom ou mau?
R: Creio que essa avaliação é predominantemente subjectiva, mas, de uma forma simples e descomplicada, direi um poema bom é aquele que me tira do lugar e me leva numa viagem de estímulos, reminiscências, espelhos e recantos obscuros.
O poema é tanto melhor quanto mais diferente eu regressar desse lugar.
P: Preferes poemas que contam histórias ou que te intriguem com o seu mistério?
R: Gosto de poemas que não me deixem indiferente, sobretudo daqueles que, sendo intrigantes e misteriosos, me deem pistas para eu contruir a minha própria história.
P: Se a poesia fosse banida do mundo amanhã, a que te dedicarias para te expressar artisticamente?
R: É-me difícil imaginar um mundo sem poesia.
Nesse cenário hipotético investiria a minha criatividade na fotografia, que é outra forma de alcançar a poesia e atraí-la para dentro de mim.
P: Qual é o poder da poesia?
R: Para quem escreve é, sobretudo, o poder de libertar uma forma de expressão individual.
Para quem lê, é a magia de expandir o eu misterioso que existe no interior de cada um.
Em suma, a poesia é um deslumbramento libertador e revolucionário.
P: Que conselhos darias a alguém que se estivesse a iniciar na arte da escrita?
R: Os mesmos que me deram a mim nas mesmas circunstâncias:
ler muito, ler “tudo”, escrever todos os dias.